segunda-feira, 22 de novembro de 2010

I Seminário Internacional de Educação Continuada e Diversidade

Foi realizado nos dias 26, 27 e 28 de outubro, no Salão de Atos do Unilasalle, o I Seminário Internacional de Educação Continuada e Diversidade - VIII Seminário Municipal de Formação "A Escola Faz a Diferença". O evento, organizado pela Diretoria de Educação Continuada e Diversidade da Secretaria Municipal de Educação, visa a capacitação de professores e profissionais que atuam na área.

No primeiro encontro, na terça-feira à noite, os educadores puderam acompanhar a emocionante apresentação de dança “Os ventos da Espanha”, realizada pelos alunos da Associação Legato.


Após, foi abordado o tema “O Currículo na Escola da Diversidade”, apresentado pela Doutora em Educação Marilene Cardoso. Na ocasião, estiveram presentes a prefeita em exercício e secretária municipal da Saúde, Beth Colombo, o secretário municipal de Educação, Paulo Ritter, sua adjunta, Marta Ruffato, o diretor da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade - Secad, Armênio Schmidit, e o pró-reitor de Desenvolvimento do Unilasalle, Luiz Carlos Danesi.
A palestrante da noite, Marilene Cardoso, ressaltou a importância das ações pedagógicas terem o olhar da aprendizagem aceitando as diferenças. “Para isso é necessário que tenhamos uma nova práxis, não mais centrada na homogeneidade, mas sim em uma escola pensada para todos. Muitos ainda não estão preparados para trabalhar com o currículo da diversidade”, ressaltou.
O diretor da Secad observou que o MEC é apenas o indutor das políticas nacionais de inclusão e diversidade. “Quem viabiliza as ações são os estados e os municípios dentro das escolas públicas”, ressaltou. Schmidit destacou ainda a relevância do tema do seminário para vencer os preconceitos ainda existentes. “Uma pesquisa recente mostra que aquele que é preconceituoso tem preconceito contra tudo, o negro, o índio, o homossexual, o deficiente. Por isso, temos que levar o debate para dentro da escola. Iniciativas como este seminário são fundamentais para que a discussão esteja presente no cotidiano das instituições”, afirmou.
O secretário municipal de Educação, Paulo Ritter, destacou que a luta por uma educação que respeite os parâmetros da igualdade e da diversidade ainda é constante no século XXI. “A partir desta iniciativa espero que todos fortaleçam o papel de promotores da dignidade e da valorização da diversidade. Só assim, escola, sociedade e Estado poderão ser espaços coletivos de valorização das diversidades”, ressaltou.

A prefeita em exercício, Beth Colombo salientou que a inclusão verdadeira deve ocorrer no cotidiano de cada um. “A inclusão de verdade ocorre quando olhamos para o outro e não vemos apenas as dificuldades, mas sim sua capacidade de superação”, frisou.

Professores aprovam a iniciativa
O salão de Atos do Unilasalle ficou lotado. No primeiro dia de realização do seminário foram mais de 600 inscritos. Para a professa de Matemática da escola municipal de Ensino Fundamental João Paulo I, Miriam Heck, o seminário é fundamental para subsidiar os educadores que atuam com alunos de inclusão. “Iniciativas como essa contribuem significativamente para o nosso trabalho em sala de aula”, relatou. A vice-diretora e orientadora do Instituto Carlos Chagas, Magali Teresinha Souza Gomes, aprovou a troca de experiências proporcionada pelo evento. “Tenho certeza que aprenderei muita coisa aqui, tanto pelas palestras quanto pelo encontro com os colegas”, relatou.

Ações realizadas em Canoas
Canoas possui 945 alunos de inclusão. A cidade tem convênio com sete instituições filantrópicas privadas, disponibilizando 466 bolsas auxílio. O município investe em ações para melhor atender os estudantes portadores de necessidades especiais. Entre as iniciativas realizadas, estão as Salas de Recursos Multifuncionais, espaços localizados nas escolas de educação básica onde se realiza o Atendimento Educacional Especializado – AEE. Elas são constituídas de materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade, equipamentos específicos e de professores com formação específica. A implantação da estrutura está sendo realizada em três etapas. Na primeira, ainda no ano passado, 15 escolas foram contempladas. Na segunda foram beneficiadas 18 instituições que, atualmente, estão recebendo os recursos materiais destinados pelo Ministério da Educação – MEC. A terceira fase prevê a instalação de mais dez no primeiro semestre de 2011. “Atualmente, 18 escolas possuem o recurso destas salas. Nossa meta é a de que até o final do mandato da atual gestão todas as instituições do município usufruam desta estrutura”, destacou o secretário municipal de Educação, Paulo Ritter.
O município conta ainda com o atendimento do Centro de Capacitação em Educação Inclusiva e Acessibilidade – CEIA, que realiza atendimento a alunos com necessidades especiais no contra-turno das aulas.
Além disso, as instituições de ensino do município receberam reforma arquitetônica e de acessibilidade. “Quatro instituições já concluíram as adaptações e dez já finalizaram os planos de ação, que foram encaminhados para o Ministério de Educação para análise e liberação dos recursos financeiros”, destacou Ritter.
A segunda noite de realização do Seminário foi abrilhantada pela apresentação do grupo de danças do Centro de Capacitação em Educação Inclusiva e Acessibilidade – CEIA.

Um dos momentos mais aguardados pelos participantes foi a palestra do Mestre em Educação e Doutor em Educação Especial pela Universidade de Montreal, Canadá, Jean Robert Poulin. O especialista abordou o tema “O Desenvolvimento e a Aprendizagem da Pessoa com Deficiência Intelectual”.
O professor Poulin realiza pesquisas na área de deficiência intelectual, educação cognitiva e inclusão escolar, e atualmente trabalha no grupo de pesquisas da Universid
ade Federal do Ceará, como professor convidado.
Poulin elencou os critérios que são observados para classificar o deficiente intelectual: a funcionalidade intelectual abaixo da média, que pode ser detectada através de ferramentas como o teste de QI, e a falta de capacidade para tomar decisões de rotina do dia-a-dia, como pegar um ônibus ou escolher uma roupa. "Estes sintomas se manifestam do nascimento até os 16 anos", explicou.
O especialista observou ainda que frequentemente os educadores atuam de forma automática com estes alunos. "É tudo muito mecânico, pois acham que eles não têm capacidade intelectual alguma. O que não é verdade", ressaltou. Para explicar como o cérebro destas pessoas deve ser estimulado ele usou o exemplo da fisoterapia para recuperar uma fratura em um braço. "Com o exercício recupera-se os movimentos do braço, se não totalmente, pelo menos de forma parcial. Então, porque ainda existe este pensamento de que a pessoa com deficiência não pode aprender. Eles podem sim, e o dever do professor é estimular o raciocínio e facilitar as descobertas deles", afirmou.

O Seminário contou também com a palestra da Mestre em Educação Brasileira e Consultora do programa BPC - Benefício de Prestação Continuada na Escola, do MEC, Sandra Zanetti Moreira. Sua explanação abordou a temática “A Política Nacional Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”. A educadora salientou que o MEC prioriza ações que garantam a permanência e o acesso dos deficientes ao processo de escolarização. "Além disso, buscamos o comprometimento das três esferas de governo, municipal, estadual e federal, com a acessibilidade e o apontamento das barreiras que possam vir a impedir estes estudantes de aprender com os demais", concluiu.
O encerramento do Seminário, na noite de quinta-feira, teve como tema a história e a cultura afro-brasileira, africana e inígena, e as políticas de educação continuada e diversidade da Secretaria Municipal de Educação - SME. Na ocasião, foram distribuídos quites pedagógicos para os representantes das 42 escolas municipais de Ensino Fundamental.
As abordagens foram apresentadas pelo professor graduado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Manoel José Ávila da Silva, e pelo Mestre em História Social/Escravidão, pelo Unilasalle, Raul Róis Schefer Cardoso. Ambos destacaram a importância de aprofundar o estudo das leis 10.639/2003 e 11.645/2008 que tratam da história afro-brasileira, africana e indígena, bem como de desenvolver propostas pedagógicas para o estudo das relações étnico-raciais. Na mesa, como mediador, o professor Alexandre Rafael da Rosa, da Unidade de Jovens e Adultos da DECD/SME.

O evento contou ainda com a bela apresentação do grupo Afroxé de Elê, de Alvorada, que presenteou o público com apresentações de dança que lembravam a história dos povos africanos.
O diretor do Departamento de Educação Continuada e Diversidade, da SME, César Cemin, comemorou o sucesso do evento. Segundo ele, o número de inscritos superou as expectativas da organização. "Tivemos de encerrar as incrições antes do período planejado. Foram mais de 700 participantes", relatou. Cemin frisou ainda a importância dos assuntos abordados durante todo o seminário, que teve início na quarta-feira, dia 26. "Trouxemos temas da atualidade para que os professores possam desenvolver um currículo diferenciado, buscando alternativas para o aprendizado dos alunos que apresentam algum tipo deficiência", destacou.
Ronaldo Ribeiro, gestor da Unidade de Inclusão da SME, observou que o seminário foi planejado desde o início deste ano com base em uma das diretrizes da educação especial, o da socialização das experiências inclusivas. "Um dos fatores que nos deixou muito satisfeitos foi a busca dos educadores por informações que pudessem auxiliá-los no trabalho desenvolvido em sala de aula", observou.

Texto elaborado e reproduzido em associação com o site da Prefeitura Municipal de Canoas - Patrícia Araujo

Debate na João Paulo I = Criacionismo x Evolucionismo


No início do mês de novembro, esteve na Escola João Paulo I, palestrando para os alunos da EJA, o químico e professor Leandro. Os estudantes puderam acompanhar uma exposição sobre os argumentos levantados pelas duas correntes, ou seja, defensores de uma e outra teoria. Foi uma oportunidade para questionarem e tirarem suas dúvidas. Porém, o que ficou subentendido é que as duas versões, tanto o Evolucionismo como o Criacionismo, não apresentam respostas definitivas para o dilema do surgimento do homem na face da Terra. Bem, se as interrogações continuam, a busca pelo conhecimento também.